quarta-feira, 28 de maio de 2008

A INTERNET – Uma maravilhosa ferramenta moderna, ligando e reconectando pessoas

Aplica-se muito bem o termo que uma determinada força, um determinado meio, não é em si mesmo, portador do bem ou do mal. Depende do uso que dela ou dele se faz. O uso da energia contida no átomo pode ser extremamente benéfico ou extramente danoso para a humanidade. A eletricidade de nosso uso diário que causa tantos benefícios também pode matar, apenas para citar um exemplo.

Nos tempos modernos vemos seguidamente notícias dos crimes praticados via internet, mas vemos também os benefícios trazidos, para dizer sómente de um pequeno item, que é o uso que correio eletrônico oferece às pessoas. É disso que quero falar hoje. Tenho um amigo que costuma brincar dizendo: No mundo de hoje se você não tem um arroba ponto com, você não existe, você não é ninguém. Você não está no mapa.

Mas vamos à minha experiência vivida, da qual quero falar-lhes. Tinha um amigo músico, já falecido há uns dois anos, um grande acordeonista, José P. Kirszenwurcel, que foi aluno de Dona Edy Meirelles casada com o Sr. Arnaldo Meireles , que era radioamador, PY2FC e proprietário de uma casa de vendas de instrumentos musicais na rua Mauá em São Paulo, em frente à estação da Luz.

Eu conheci José Paulo, quando ainda éramos adolescentes, aí pelo anos de 1954, 1955. Conheci também um professor seu link: David Saidel que muitas vezes ouvi tocar quando ia até sua casa no bairro do Bom Retiro na cidade de São Paulo, junto com meu amigo José Paulo.

Um dia me perguntei: Puxa, onde andará o Prof. David Saidel, estará ainda vivo? Bom, pensei, para que temos a internet?. Fomos ao Google, e o descobri na cidade de São Carlos, onde tem um programa musical na rádio da (link)* Universidade Federal de São Carlos. Trocamos correspondência e fiquei sabendo que o Prof. Saidel não sabia do falecimento de seu ex-aluno e amigo.
*Programa "Escute Diferente" - Cordas e Acordeon - sábados, das 9 às 10 h.
Rádio UFSCAR FM 95,3 Mhz. (São Carlos) - SP

No inicio deste mês de maio recebi um convite do Sr. Lauro Valério, sócio de uma firma que está produzindo acordeões na cidade de Jaú - Valério & Sansovo, memorável cidade, berço do (link)comandante João Ribeiro de Barros, o primeiro sul americano a cruzar o Atlântico em 28 de Abril de 1927, para ir até esta cidade, onde teria uma apresentação musical do Prof. e maestro italiano Paolo Gandolfi.

Ao receber o convite do Sr. Valério fui logo perguntando se o prof. David estaria presente. Confirmada sua presença exultei ao pensar na alegria de encontra-lo. Pois foi o que aconteceu: No dia 25 de Maio de 2008, estive presente ao anfi-teatro do Jaú-Serve para assistir a apresentação do maestro italiano Paolo Gandolfi e pude rever o meu amigo musicista, e deliciar-me com maravilhosas composições musicais do maestro e outras peças de outros autores.

Pois está aí então um pequeno relato que mostra o benefício que esta ferramenta moderna, o e-mail, pode proporcionar, quer ligando pessoas que já se conhecem ou de pessoas com as quais tivemos contato há muitos anos, e cuja ligação acabamos por perder, mas que pode ser reconectada, graças à este moderno meio de comunicação.

O EVENTO:
O evento deu-se à Avenida João Sansovo, n. 1451, no anfi-teatro do Jaú-Serve., às 17 horas, na cidade de Jaú, no dia 25 de Maio de 2008. O anfi-teatro fica às margens da Via Cmte. João Ribeiro de Barros, à direita de quem vem de Araraquara para Jaú.

NOTA:
Aproveitamos o ensejo para divulgar que está aberta a inscrição para participar do 2º Concurso Internacional de Acordeonistas. O Concurso está sendo promovido pela Associação dos Acordeonistas do Brasil e pela Secretaria de Cultura de Jaú, o evento ocorrerá nos dias 21, 22 e 23 de agosto de 2008.


O candidato interessado, deverá ler o regulamento disponível no link: http://www.acordeon.com.br/concurso.html e seguir os passos para realizar a incrição. A estadia dos candidatos será gratuíta durante os dias do concurso. Este evento visa incentivar a cultura e o aprimoramento do músico brasileiro e sul-americano, e colocar o Brasil e a América do Sul, dentro do circuito internacional de concursos de acordeonistas.

FOTOS DO EVENTO:


O meu encontro, após mais de 50 anos com o Prof. David Saidel, que está ao lado de sua esposa.

Prof. David Saidel e o maestro Paolo Gandolfi.


O Maestro Paolo Gandolfi apresentando-se no Anfi-teatro do Jaú-Serve.

O Sr. Carlos Galizzia, maestro Gandolfi, e Lauro Valério.

O acordeonista Bruno Moritz vencedor I Concurso Internacional de Acordeão, realizado em Agosto de 2007 em Jaú, presente ao evento.

Dados da Fábrica de Acordeões em Jaú:

VALÉRIO Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Instrumentos Musicais e Produtos Eletrônicos Ltda
e-mail: acordeão@valerio.com.br

MAESTRO PAOLO GANDOLFI

O Maestro Paolo Gandolfi ao acordeão.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Landell de Moura - O Inventor do Rádio - A homenagem que ainda está por ser prestada































(Link) brasão

LANDELL DE MOURA - INVENTOR DO RÁDIO - UMA HOMENAGEM AINDA A SER PRESTADA.

São Paulo tem sido palco de grandes acontecimentos ao longo de sua história. Seu brasão traz uma inscrição a não deixar dúvidas sobre grandeza de seus propósitos e de sua altivez, pois pode-se ler a inscrição o seu lema: "Non ducor duco", e que do latim que estudei no Colégio Baptista Brasileiro, no bairro de Perdizes, nos anos 50, pude compreender o que significa: "Não sou conduzido, conduzo".



No entanto em meio a toda essa grandeza há que se registrar que as vezes algumas pessoas, investidas de poder num dado intervalo de tempo, praticam ações que não se consegue compreender, mesmo quando delas especialmente, se espera um comportamento com maior visão.

Estou a me referir a um busto do religioso e cientista (link) Roberto Landell de Moura que existia nos baixos do MASP - Museu de Arte de São Paulo - sendo à época seu diretor o saudoso Pietro Maria Bardi e que foi de lá retirado na administração da prefeita Luiza Erundina.

Os funcionários da prefeitura, por ordem não sei de quem, óbviamente alguém muito mal informado, sem cultura histórica, iam levá-lo para um depósito da prefeitura e que no entanto tiveram sua ação obstada pelo bravo italiano Bardi, que disse: Esse busto poderá não ficar aqui embaixo do museu, mas vocês não o levarão: Ficará conosco: "é vero"... e assim ficou lá por muitos anos, sob seus cuidados.

O busto de Landell, quando ainda estava guardado no Masp, antes de sua remoção para a LABRE - Liga de radioamadores brasileiros - Secção São Paulo - Bairro do Tatuapé - Ao lado do busto o autor deste blog - Luiz Netto.

O busto de Landell quando estava exposto ao publico nos baixos do MASP

(Cartão postal da época - Uma das sacadas do Belvedere na av. Paulista, situado onde hoje é o MASP, na Av. Paulista - construído em 1916 e demolido na década de 50) - Visão direta da serra da mantiqueira, o maior prédio que aí aparece é o Prédio Martinelli, que não existia à época, e foi inaugurado só em 1929. Portanto, condições ideiais para transmissão da voz humana via Luz, entre o Colégio Irmãs de São José, e a Avenida Paulista).

Visão aérea do MASP - Museu de Arte de São Paulo

Quando fiquei sabendo disto, falei com o ex-deputado estadual e radioamador Murilo de Sousa Reis, já falecido, um dos biógrafos do cientista, que foi quem transportou o busto de Portugal, da cidade do Porto até São Paulo.

Com o objetivo de recolocá-lo novamente em local público, procuramos à épóca o MIS - Museu da Imagem e do Som, porém também lá não o quiseram, alegando falta de espaço. O local tinha tudo a ver, pois afinal é o Museu da Imagem e do Som. Por fim ficou acertado com a direção do MASP que o busto iria para as instalações da LABRE - Liga de Radioamadores Brasileiros, aqui na cidade de São Paulo, no bairro do Tatuapé. É onde está atualmente o busto de Landell.


Infelizmente é muito pequeno ainda o universo das pessoas que conhecem aqui no Brasil a importância desse pioneiro das telecomunicações que antes de Marconi, 1893/1894 já fazia experiências com êxito da transmissão da voz humana, transmissão e recepção de sinais de telegrafia, e que utilizava a luz como veículo de transporte de informação de áudio.

Capela de Santa Cruz - Santana - São Paulo
Link:

Rua Voluntários da Pátria, n.2678.

Era o seu telefone sem fio. No dia 03 de Junho de 1900 levou à cabo, com presença de jornalistas, autoridades e também do representante do consulado britânico, o Sr. Percy Charles Parmenter Lupton, uma experiência registrada e publicada pelo "Jornal do Commercio" . A experiência deu-se entre dois pontos na capital Paulista.

Um dos pontos perfeitamente definido, onde ficava um dos aparelhos era no Colégio Irmãs de São José - hoje Colégio Santana (onde estudou outro campeão: Ayrton Sena) - na Rua Voluntários da Pátria, n. 2678

Telefone sem Fio - (Wireless Telephone) - Transmissão da Voz Humana através da Luz.


TRANSMISSOR DE ONDAS - (Wave Transmitter)

O segundo ponto sabe-se que foi na Avenida Paulista, e um dos pontos bem prováveis pelas condições exigidas pelo experimento é exatamente onde fica o Masp, onde em 1916 foi construído um Belvedere demolido na década de 50, justamente para permitir a construção do Museu.

Esse busto foi um presente de radioamadores portugueses da cidade do Porto, aos radioamadores brasileiros e foi trazido pelo ex-deputado estadual por São Paulo, o radioamador Murilo de Sousa Reis, PY2 AJN, recentemente falecido que escreveu um livro sobre Landell "Subsídios para saldar uma dívida".

A única homenagem que o Estado prestou a Landell de Moura foi através de um Decreto (952) de 16 de julho de 1992, que institui a Semana Landell de Moura que é comemorada de 05 a 11 de novembro.O busto do cientista está hoje na sede da LABRE - Liga de Radioamadores Brasileiros - seção São Paulo - no Bairro do Tatuapé, após ações do radioamadores que reivindicaram a sua posse, junto ao Masp, já que as autoridades não souberam compreender o alcance da homenagem.

O Transmissor e Recepetor de Telegrafia - (Wireless Telegraph)

No entanto achamos que a cidade lhe deve uma homenagem à altura de suas realizações, da importância de suas descobertas e que poderia ser através de um busto em uma praça pública já que há cidades do interior como por exemplo Piracicaba que lhe prestou essa homenagem.Quem sabe algum político mais informado possa tomar essa bandeira e apresentar um projeto nesse sentido.

Registramos aqui os esforços do (link) escritor e jornalista paulista B.Hamilton de Almeida que já escreveu vários livros sobre a vida e obra desse cientista sendo que um deles, recentemente foi traduzido para o alemão e publicado na Alemanha sob o título (link) "Pater und wissenschaftler" - Padre e Cientista - e também do paulista Ethevaldo Siqueira, que escreve sobre telecomunicações, que sempre em seus livros, faz referências a Landell de Moura.

Registramos também que alguns radialistas como Salomão Esper, José Paulo de Andrade, (link:) Reynaldo Tavares e Geraldo Nunes, do programa "São Paulo de todos os tempos", falam de seus inventos em datas correlatas.Precisamos fazer uma homenagem à altura da grandeza de São Paulo!





Réplica Funcional doTransmissor de Ondas -
construida por MarcoAuréliCardoso Moura 2004.

Link:
http://www.youtube.com.br/valumbrosius
Veja aqui alguns vídeos deste autor sobre
a obra de Landell de Moura.




Conheça um pouco de Landell de Moura - Vídeo

Imagens da Infância

Minhas memórias
Valumbrosius


Anos 30: Extração da Madeira


(link) A serraria


O trem


Estação de Piquerobi - SP


Nasci no interior do Estado de São Paulo, na cidade de (link) Piquerobi, em 1937. À época e até meados de 1950 era uma região produtora de algodão, café, amendoim, milho - atividades de agropecuária e havia ainda alguma madeira, pois, tinha lá uma serraria onde eram fabricados os subprodutos da madeira, para construção de casas, móveis e outras inúmeras aplicações.


A madeira acabou-se e a serraria um dia os moradores da cidade acordam e são surpreendidos com ela a arder envolta em fogo e fumo.Queimou-se! Muitos choros e lamentos, muita gente desempregada! Como queimou, como aconteceu, qual teria sido a origem do fogo...? Nunca soubemos! Daquele instante em diante o que ficou foi só a sua imagem do passado.

Belas lembranças no registro das mentes que viveram seu tempo. Eu fui uma delas. Os que vieram depois nunca souberam o que já tinha existido naquele sitio. Não é da cultura brasileira cultivar a memória do passado. Museu aqui é em geral sinônimo de ajuntamento de coisas velhas, e não um registro do passado histórico, um repositório de lições e ensinamentos vivos, a ser consultado pelos que vem depois, para que não se repitam êrros cometidos no passado.

A partir daí as atividades na região agrícola acabou por ficar quase que exclusivamente com criação de- gado.Nada de plantações.

Recordo-me ainda de minha infância, que o nosso divertimento na cidade era correr até a linha do trem da Estrada de Ferro Sorocabana para vê-lo passar. Isto se repetia no mínimo duas vezes ao dia com trens de passageiros e por incrível que pareça as nossas emoções e nossos encantos eram renovados simplesmente ao ver o trem passar. A locomotiva a vapor era o encanto. A sua pujança, a sua força! Uma grande pedra colocada sobre o trilho tornava-se pó à sua passagem! O seu mecanismo fascinante O seu apito era o anúncio de sua aproximação. Não podíamos perder nunca o “espetáculo” de sua passagem.

Quantas vezes eu me vi conduzindo aquela locomotiva e puxando ao seu apito anunciando a sua passagem! Ficou só na vontade... Imaginava-me sendo visto por todos! Nunca tive esta oportunidade. Coisas de crianças!
Esta imaginação tinha a ver com o alto “status” - que a situação poderia conferir-me! Achava o máximo ser o condutor do trem.

Isto faziam as crianças, porque as moçoilas casadoiras faziam o “footing” no páteo da estação olhando os rapazes que estavam no interior do trem. Por trás desse comportamento existia sempre a esperança de alguém se engraçar por alguém e voltar à cidade em alguma festa e travar um conhecimento mais de perto.

Um dia aconteceu algo que foi o supro-assumo dos acontecimentos para a minha cabeça de criança.Eu morava na última casa dos operários da serraria. Comecei a escutar sucessivos estrondos e me perguntei o que poderia ser aquilo. Vi que o ruído produzido vinha na direção da linha da estrada ferro. Corri até próximo do local e pude apreciar algo que ao mesmo tempo era amedrontador e estimulante de se ver.

Um vagão cheio de tambores de gasolina estava ardendo em fogo e de vez em quando depois de uma explosão um daqueles tambores voava bem alto e estatelava-se ao chão, esparramando ainda mais o combustível. Era o prazer de ver o espetáculo pirotécnico, era o prazer de ver a viola em caco!

Hoje penso que o equivalente daquele prazer era o mesmo que se sente hoje quando um monte de carros de fórmula Um - chocam-se, arrebentam-se todos,voa caco pra todo lado mas ninguém sai ferido.

É.. nós humanos somos basicamente os mesmos em todos os tempos...

Luiz Netto-


Conheça um pouco de Piquerobi - SP - Vídeo